sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pedra Isa

Uma pedra preciosa
Que há pouco conheci
Pequena mas valiosa
Linda como nunca vi

Pedra cheia de energia
Cativante só de olhar
Brilha à luz do dia
À noite olha o mar

Pedra simples perfeita
De corte fino, delicado
Qualquer coração enfeita
Num peito apaixonado

Pedra de cor escura
Branca na palma da mão
Ensina o que é ternura
Nos dias de solidão

Sim, é maravilhosa
E tem o nome de ISA
Diz ser orgulhosa
Mas em nada indecisa

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A MENINA

Sentada triste a chorar
Desesperada nos pensamentos
Uma menina a recordar
Certamente seus tormentos

Pensa o que fazer
Talvez a ganhar coragem
Tem vontade de morrer
Mas receia a viagem

Mesmo assim dá o passo
Avança para o desconhecido
Logo acorda no regaço
Do seu Deus protegido

Uma lágrima no meu rosto
Não a consegui ajudar
Para sempre o desgosto
Sentada, triste a chorar

Esta é a tela
Da menina sem amor
Iluminada por uma vela
Agora, ao lado do SENHOR


Não tenho o hábito de comentar o meu trabalho, mas neste caso vou abrir uma excepção e perceberão porquê.

Como em muitas ocasiões, naquele dia não fugiu à regra, dirigi-me com o meu táxi à praça na expectativa de apanhar mais um cliente.
Encostei, desliguei o carro, e logo reparei numa menina,
sentada triste a chorar
Uma menina
desesperada mas calma
triste mas calma
a chorar mas calma
Trocámos um olhar, esboçou um breve sorriso ao qual correspondi e ela continuou...
sentada, triste, a chorar
Devia ter percebido que esta menina precisava de ajuda, precisava de alguém a seu lado, alguém que ouvisse o seu silêncio.
Eu não fiquei indiferente, mas não agi.
Deixei aquela menina
sentada, triste, a chorar
sozinha.

Alguns minutos passaram e quase sem me aperceber a menina,
já não estava sentada
já não estava triste
já não chorava
A menina,
mandou-se para a frente de um combóio.

Este relato, infelizmente, não é ficção. Aconteceu no dia 21JAN10 pelas 20H30, na estação da CP de Caxias, Oeiras.

Quando virem alguém,
sentado, triste, a chorar
não receiem em estender a mão, mesmo correndo o risco de serem criticados, porque esse, será o mal menor.

VIDA

A vida é um ritual
Que a todos abençoa
Reparte tudo por igual
Aos incultos não perdoa

Muitas vezes injusta
Mas mesmo assim é bela
Todos sabem quanto custa
Abrir uma simples janela

Outras vezes sortuda
Mas nunca se agradeçe
E quando a sorte muda
A vontade esmoreçe

A vida deve ser vivida
Sem qualquer preconceito
Ter orgulho na despedida
Por todo o trabalho feito

Louco

Acho que estou louco
Por alguém que conheço
Louco? sim um pouco
Mas louco não pareço

Talvez louco pela vida
E por tudo o que me dá
Embora seja sofrida
Vale a pena estar cá

Talvez louco por ela
Por tudo o que representa
Sempre de sentinela
Ao fugir, lamenta

Talvez louco por nada
Ou por tudo, não sei
Uma loucura acabada
Quando só, me afastei

A cabana

Tenho uma bela cabana
De telhado sem telha
Ao vento a porta abana
É uma casa velha

Rodeada de imensa verdura
No monte da felicidade
Protegida por armadura
É Deus na sua bondade

Sento-me no varandim
E aprecio o pequeno lago
O pássaro ri para mim
Enquanto suas penas afago

Á noite olho as estrelas
Na cabana do meu pai
Meu Deus, como são belas
Vistas do monte Sinai

Tempo

O tempo é paciente
Tem tempo para esperar
Pelo tempo que é parente
Do tempo a passar

O tempo sem hora
É bonito de se ver
Consegues ver agora, 
O tempo a correr?

Claro que não consegues
O tempo tu não vês,
O tempo tu persegues
Mas no tempo tu não crês

Tens tempo mas não tens
Porque o tempo já lá vai
A tempo tu não vens
O tempo não retrai

Tempo que é tempo
Sempre tempo ele tem
Mesmo sendo contratempo
É tempo ele também

Sendo contratempo
É uma grande confusão
Esta história do tempo
Dá-me cabo da razão