quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Entre o sono e o sonho


Entre sono, o sonho, um poema

Rabiscado na areia d’meus olhos

Prende a lágrima, abre a algema 

Com rugas do sol, parecem folhos 


Na inquietude fácil do desespero 

o sonho é um rude cabaz d’ideias

Que prospera na noite ao exagero 

Das horas que passam só, e alheias


O sono casado no escuro adormece

Na angústia de não acordar o poeta

E condene a rima que  o rejuvenesce

Ao declamar o conteúdo que o afeta


Um poema que cantado, sofre no ego

Da leitura exausta , às mãos do crivo

Passa de folha em folha, oro e pego

Entre o sono e o sonho, um livro