Entre sono, o sonho, um poema
Rabiscado na areia d’meus olhos
Prende a lágrima, abre a algema
Com rugas do sol, parecem folhos
Na inquietude fácil do desespero
o sonho é um rude cabaz d’ideias
Que prospera na noite ao exagero
Das horas que passam só, e alheias
O sono casado no escuro adormece
Na angústia de não acordar o poeta
E condene a rima que o rejuvenesce
Ao declamar o conteúdo que o afeta
Um poema que cantado, sofre no ego
Da leitura exausta , às mãos do crivo
Passa de folha em folha, oro e pego
Entre o sono e o sonho, um livro