Sinto-me 12 anos escravo
De todo o demais ignorante
P'lo passado preto que gravo
Num presente que passa errante
Olho-me na aparência perseguido
Pela cor da maré, branco costume
Chicoteado, por palavras vãs dorido
Traído e tratado como estrume
Escuto-me no ruído do escuro
Que assola sanzala onde habito
Esconde relatos feitos no muro
Que sangra no silêncio aflito
Sonho-me a reclamar liberdade
A caminhar nu céu de deus
Pelo direito dos direitos meus
E de tudo o que é humanidade
De todo o demais ignorante
P'lo passado preto que gravo
Num presente que passa errante
Olho-me na aparência perseguido
Pela cor da maré, branco costume
Chicoteado, por palavras vãs dorido
Traído e tratado como estrume
Escuto-me no ruído do escuro
Que assola sanzala onde habito
Esconde relatos feitos no muro
Que sangra no silêncio aflito
Sonho-me a reclamar liberdade
A caminhar nu céu de deus
Pelo direito dos direitos meus
E de tudo o que é humanidade