Pontas Soltas

As inconfidências que ouço, tornam-se segredos que de alguma forma sentem necessidade de expropiar a energia a alguém para alimentar o ego ferido de suicidio. Histórias muitas, verdadeiras ou não, pouco importa, formam um guião de novela trágica transcrita para as legendas à espera que olhos sóbrios retirem as devidas ilacções. Amores de todas as cores e feitios, encarnam personagens de cera, cujas feições denotam rugas intemporais na idade apreendida.
Narrações sucedem-se.
Estridentes vozes colam-se no ar e poluem o espaço da minha mente como farrapos passados de moda, mas que teimam... teimam as intrigas que dominam a capacidade positiva do alheio... teimam os sentimentos lúdicos do dia a dia que desesperam pelo desprezo do sujeito ao desenterrar a essência do objectivo... teimam as representaçãoes do vazio de cultura com o devido desrespeito pelo antepassado... teimam as duvidas pela postura retraída do engenho ruidoso... teimam o religioso multiplicado nos diversos artefactos aplacados no intimo... teimam a justiça deixada ao desgoverno de leis dúbias de conteúdo inaplicavel...teimam tudo porque a necessidade de retórica sobrevaloriza a ausência de cada um...

Figuras encolhidas absorvem o calor desprotegido como que indagando uma forma de dar a reviravolta a vidas desorientadas pelas dificuldades de escassez. Permanecem imoveis, de olhar fixo em nada com expressão de dor por não saberem se o amanhã será menos penoso. Contam histórias de entusiasmo duvidoso aos netos que indiferentes ao ano, continuam a chamá-los de avós. Lágrima incapaz de se recolher na menina morena deixa rasto visivel de que o melhor não é suficiente.

Praz-me constatar a necessidade de inventar a viagem, mais que não seja, pelo imaginário. A multiculturiedade é deprimente e revoltante quando a pronuncia linguística entra quase obrigada pelos tímpanos deixando um zumbido obsceno. Não nutro qualificada simpatia por personagens cujos tentáculos tem tendências em usurpar bens já saldados. A postura altiva de superioridade só demonstra incapacidade em lidar com o pouco. Os medos de oposição ao preconceito da rejeição produz anticorpos que resultam na solidão dos genes depressivos. Sozinhos lutam pela amizade esquecida pelo tempo que decorre no seu tempo.
Sonhos frios de distantes dimensões postulados numa esperança de melhorar a instrução da vida até aí encalhada. Passados parcos dias o sonho frio congela às mãos de exploração de recursos enlutados.

As maleitas aparecem disfarçadas de éticas instituídas. Ferem o raciocínio estimulado ao sabor da droga. Injectada a sabedoria a agulha quebra no interior da teoria ainda não comprovada. A seringa, sinónimo de promuscuidade, faz do novo velho que cambaleia nos trilhos decalacados pela multidão que já foi trabalhada.

De braço dado reduzem a pó o asfalto que pisam ao caminhar descontraídos. Duas figuras casadas pelas formalidades reclamam do peso que carregam nos ombros, pois as artroses rangem a cada passo dado. As peças de roupa avolumam-se tornamdo os movimentos lentos e robóticos.

A espera é penosa e as ideias enrolam-se em bobine que ao financiarem o electrão provocam o choque dos neurónios e realizam-se.

O mercado de ideias está aberto. As bancas onde são postos à venda tais pressupostos estão desertas de inteligência visionária. Assim, não admira que as persinagens não sejam reconhecidas dentro de casa e partam para outros mundos onde o sucesso é garantido. Os preços, encobertos por incapacidade organizadora ficam à mercê do requerimento borucrático impeditivo de evolução natural. O mercado de ideias é farto em ideias, mas é mais farto ainda de obstaculos e indecisões práticas.

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